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Você já passou por momentos na vida profissional, onde se sentiu fluindo de uma maneira a não perceber o tempo passar, não sentir fome ou sede, sono, muito menos o cansaço físico ou mental? Se conectou totalmente ao trabalho que estava realizando, como se fosse uma parte de seu corpo e de sua alma, pleno, um mix de sensações entre “flutuar e imergir” simultâneas? Eu já, felizmente. E por muitas vezes. Exatamente como Mihaly Csikszentmihalyi descreve em suas obras, com a teoria do Flow. Seus livros, lidos e relidos com muito carinho, estão aqui guardados, fisicamente e em meu coração. Pois sei exatamente o que se passa quando estamos totalmente envolvidos em algo. São momentos únicos e “irrepetíveis.”
Uma destas situações, que permaneceu por muitos anos, foi a descoberta da Human Dynamics (Dinâmicas Humanas) através do Mestrado na Unicamp, com meu mestre querido André Alckmin, sempre pioneiro em conteúdos que agregavam valor à humanidade. No final dos anos 90, por aí (rs), sou péssima para datas, começamos, com o nosso grupo de comunidade de prática na universidade, a estudar profundamente o funcionamento dos jeitos de ser das pessoas através da obra de Sandra Seagal e David Horne. Nós tínhamos um exemplar em inglês e a facilitação do grupo pelo André Alckmin. Sim, facilitação, porque naquela época não estudávamos de maneira tradicional há tempos, mesmo durante as aulas formais. “Devoramos” a obra, traduzimos, experimentamos, fizemos vivências com nossas famílias, em nossos trabalhos, em projetos organizacionais, enfim, respirávamos dinâmicas humanas.
Era algo incrível! Você descobria a sua essência, o seu jeito de ser, através do autoconhecimento e do reconhecimento de seus talentos pelos outros. Não havia teste algum. É algo que surge de dentro para fora, ninguém fala como você é ou age, você desperta um olhar interno. E intenso. Algumas pessoas, pelo próprio funcionamento, logo de cara tinham certeza de qual dinâmica pertencia, outros demoravam um pouco mais, mas sabíamos que fazia parte do processo pessoal de autodescoberta. E isto que era praticamente mágico. Nós curtíamos o “processo”. Ficar em dúvida era muito bom, provocava reflexões constantes e diárias. O que também nos surpreendia no processo de descoberta, é que nós nos sentíamos muito satisfeitos com nosso jeito de ser, pois os aspectos de nosso comportamento que necessitavam de melhorias e “correções” estavam incluídos de maneira sistêmica, sendo assim, não nos incomodavam a ponto de escondermos, como normalmente o fazemos. Ao contrário, falávamos deles abertamente e o que faríamos para melhorar, conscientemente.
Quando chegou o momento de formalizar o conhecimento, fomos até os criadores da obra, por duas vezes, nos Estados Unidos, participar do curso de formação. Pessoas de diversos locais do mundo estavam conosco compartilhando este conhecimento. Notamos algo que nos deixou muito felizes e surpresos: nós, os brasileiros, os primeiros a ter contato com as Dinâmicas Humanas, tínhamos um conhecimento muito profundo quando chegamos lá, no curso de formação. Estávamos super avançados!
Continuamos com nossa comunidade de prática, mesmo com a conclusão do mestrado, disseminando para muitas pessoas algo que sabíamos que era valioso demais para ficar guardado. É emocionante lembrar, agora aqui contando a vocês, de quantas pessoas sentiram sua vida pessoal e profissional alavancarem (incluindo a minha), pois é algo que não esquecemos jamais. É uma profunda compreensão de si mesmo e do outro. Relacionamentos que foram mantidos, filhos que cresceram e foram educados através deste entendimento, relações de sociedade de negócios saudáveis, entre outros inúmeros relatos. Lideranças e equipes que mudaram e se complementavam substancialmente suas relações e sua produtividade. Eu sei porque eu vivenciei, disseminei, acompanhei tudo isto por anos.
Desenvolvi minha dissertação com base na Human Dynamics, na CSN em Volta Redonda, com um grupo de profissionais durante quase um ano. Quem tiver interesse, fique à vontade para pedir que compartilho com o maior prazer. Eu desejo que ainda tenha estes momentos do estado do fluir, ainda, até o final da minha vida, bem velhinha. Também desejo que cada um de vocês tenham a oportunidade de sentir “o flow”. Caso ainda não tenha ocorrido, busquem por ele, garanto que vale a pena.
Até a próxima.
Denise Brianza